Quando se dá os primeiros passos em um novo negócio, é comum não se preocupar muito em recuperar uma empresa financeiramente. Afinal, nesse momento, estamos mais focados em planejar o futuro e sonhar alto. Mas é importante lembrar que a má gestão financeira pode se tornar um problema sério mais adiante.
Se você está enfrentando dificuldades em seu empreendimento, não se desespere. Entendemos o quão desafiador pode ser encarar os problemas que surgem no caminho desse sonho. Porém, é crucial entender que isso não precisa ser o fim da linha.
A falta de organização financeira é um problema que afeta muitos empreendedores brasileiros. De acordo com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), até dezembro de 2023, 4 em cada 10 brasileiros estavam inadimplentes, somando mais de 66 milhões de pessoas.
Agora, imagine se parte dessas pessoas estivesse envolvida em seus próprios negócios… Não é de surpreender que mais de 6 milhões de micro, pequenas e médias empresas enfrentem problemas de inadimplência, segundo dados da Serasa Experian.
Essa inadimplência, falta de organização financeira e a má gestão vêm, na maioria das vezes, da falta de conhecimento. Muitos começam a empreender por necessidade, e acabam deixando a fase de aprendizado de lado.
Mas nunca é tarde para aprender. Mesmo que você já esteja nessa situação, é possível revertê-la. Basta adquirir o conhecimento necessário agora e contar com profissionais capacitados ao seu lado.
Por isso, continue rolando para baixo! Vamos falar sobre como recuperar uma empresa financeiramente, passando por quais são as orientações profissionais sobre o tema e o que você pode ter feito de errado.
Neste artigo você encontra
- Sinais de que sua empresa está indo mal financeiramente (ou está próxima disso)
- O que pode ter levado sua empresa a essa situação?
- É possível aprender com os erros e reverter o problema?
- Entre todas as coisas, você precisa de metas
- Faça o planejamento financeiro
- Veja se o seu regime tributário e porte empresarial estão corretos
Sinais de que sua empresa está indo mal financeiramente (ou está próxima disso)
Cuidar da saúde financeira de uma empresa funciona como cuidar da saúde de um bebê. Como ela não pode falar e explicar o que há de errado, você deve estar atento a todos os sinais. Sim, sua empresa sempre oferece sinais claros de que não está indo muito bem.
É claro, tudo começa aos poucos, com casos raros e bem espaçados de contas não pagas ou falta de produtos no estoque. No entanto, se você não cuidar e resolver o problema logo, o que aconteceria poucas vezes acaba se tornando cotidiano.
Mas, afinal, quais são esses sinais? Como eu sei que minha empresa precisa de ajuda?
Como nenhum negócio é igual, consequentemente, nenhum problema é igual. Por isso, trouxemos uma lista de possíveis problemas que podem estar acontecendo ou podem vir a acontecer. Caso você já tenha notado algum deles, atenção! Isso significa que é hora de dar um passo para trás para cuidar da empresa.
Veja quais são os sinais mais comuns:
- Você precisou fazer um acordo com os funcionários para pagar os salários;
- As mercadorias estão paradas no estoque por muito tempo;
- Faltam mercadorias no estoque quando os clientes pedem algo;
- Quando chega alguma conta da empresa, você não consegue pagar antes do vencimento;
- As despesas estão mais altas que o lucro;
- Os fornecedores não param de ligar fazendo cobranças;
- Nenhuma meta foi batida nos últimos meses.
Ainda que sejam os mais comuns, os sinais não param por aqui. Uma série de outros problemas podem acontecer, por isso é importante prestar bastante atenção em tudo.
O que pode ter levado sua empresa a essa situação?
Como você já sabe, a principal causa dos problemas que acabamos de listar é a má gestão, que é consequência direta da falta de organização e conhecimento. Porém isso não é tão específico quanto deveria, né?
Na verdade, essa situação é uma junção de fatores. São atitudes erradas que você toma durante o processo sem nem perceber, acreditando que está fazendo o correto.
Por exemplo, vamos supor que hoje é a data de vencimento da conta de luz da empresa. Porém, quando foi fazer o pagamento, você percebeu que não vai conseguir por falta de dinheiro. Para resolver logo o problema e não pagar os juros, decide pegar o dinheiro das suas economias pessoais.
Ao fazer isso, você estará misturando as finanças da empresa com as contas pessoais. Pode parecer algo inofensivo quando feito apenas uma vez, mas a prática contínua pode maquiar a verdadeira situação financeira do seu negócio, e acabar frustrando suas finanças pessoais no processo. Sendo assim, as atitudes que podem fazer você ter problemas financeiros são:
- Mistura das contas pessoais e empresariais;
- Falta de planejamento financeiro;
- Descontrole com o estoque e fluxo de caixa;
- Não estudar qual o melhor regime tributário;
- Pouco conhecimento sobre custos e despesas;
- Superação do orçamento anual para cumprir metas;
- Deixar de estabelecer metas.
É possível aprender com os erros e reverter o problema?
Sim, mesmo que você tenha cometido todos os erros de ambas as listas que disponibilizamos, é possível aprender e reverter a situação. Para recuperar uma empresa financeiramente, o primeiro passo é admitir que errou e que precisa de ajuda para continuar. Apenas os profissionais podem indicar a melhor saída e as melhores estratégias para o seu erro.
Feito isso, é só colocar a mão na massa e trabalhar. E para os próximos passos não acabem perdidos, o ideal é elaborar uma lista de metas.
Entre todas as coisas, você precisa de metas
Todo começo de ano, a piada mais comum é a das metas que ninguém realiza. Começar a fazer atividade física, comer mais saudável, viajar mais… São milhares de sonhos que nunca se realizam, não por serem impossíveis, mas por serem mal planejados.
No entanto, se você deseja recuperar uma empresa financeiramente, as metas precisam ser aliadas, não piadas. Falamos mais sobre a importância das metas no post “Aprenda a definir metas realistas para sua empresa em 2024”, mas vamos ao básico.
Como criar metas realmente úteis
Metas não podem ser simples frases jogadas ao vento. Elas precisam ser bem pensadas e devem funcionar como uma escada.
Nos primeiros degraus, ficam as metas mais fáceis e que podem ser resolvidas a curto prazo. Assim, a cada etapa que você sobe, mais próximo estará do topo (a meta final). Veja o exemplo:
Uma pequena empresa tem recebido diariamente ligações com cobranças de dez fornecedores. Após encontrar profissionais especialistas em empresas e entender a real situação do problema financeiro, o dono do negócio começou uma lista de metas para acabar com a inadimplência.
META: Colocar todas as dívidas da empresa em dia até dezembro.
Metas a curto prazo:
- Tentar renegociar ou parcelar o valor das dívidas;
- Aumentar 5 vezes o número de clientes;
- Voltar a ter lucro, aumentando 1% do faturamento ao mês, até atingir o valor X.
Entendeu como funciona? Para que a sua grande meta final seja alcançada, você precisa superar vários outros desafios menores. E, para isso, será preciso estipular metas alcançáveis e bem claras. Assim, você saberá exatamente onde quer chegar em determinado período de tempo.
Faça o planejamento financeiro
O planejamento financeiro se trata de várias medidas que vão ajudar você a colocar as finanças da empresa de volta ao trilho. Isso é possível, porque ele torna a organização e o gerenciamento dos recursos financeiros mais simples e precisos.
Além da elaboração de metas, o planejamento permite a melhor estruturação do fluxo de caixa, do estoque e das despesas. Veja como cada um deles funciona, quando geridos corretamente:
FLUXO DE CAIXA
Quando uma empresa que precisa ser recuperada financeiramente, muito provavelmente esse fluxo estará negativo.
Fluxo de caixa negativo
Um caixa está negativo quando a soma de todas as despesas é maior do que a soma de todas as receitas. Olha só o exemplo:
Receitas do mês: R$ 10.000,00
Despesas do mês: R$ 15.000,00
Percebeu como não houve lucro no exemplo? Na verdade, essa empresa fechou o mês devendo R$ 5.000,00. Isso significa que alguma despesa deixará de ser paga, e também pode abrir a possibilidade desse empreendedor cometer o erro de misturar as finanças pessoais com as empresariais.
Fluxo de caixa positivo
Para que esse fluxo de caixa fique positivo, sua empesa deve terminar o mês com as receitas maiores que as despesas. Ou seja, deve lucrar – o contrário do que aconteceu no exemplo anterior. Veja:
Receitas do mês: R$ 15.000,00
Despesas do mês: R$ 10.000,00
Aqui, todas as despesas foram cobertas pelo que foi recebido, e a empresa ficou com R$ 5.000,00 de lucro.
O que fazer para que o fluxo de caixa melhore?
Para melhorar o fluxo de caixa e recuperar uma empresa financeiramente, você deve se organizar. Comece entendendo quais são os melhores ou piores dias do mês para as vendas, quando o lucro começou a diminuir e o que foi feito para que isso acontecesse.
As dicas para um melhor fluxo de caixa são:
- Comece a fazer o controle diário de entradas e saídas;
- Precifique corretamente os produtos e/ou serviços;
- Corte despesas desnecessárias;
- Renegocie as dívidas;
- Faça promoções para aumentar as vendas à vista.
ESTOQUE
Se você ainda acha que o estoque não passa de um espaço cheio de prateleiras com produtos, se enganou. É claro, as prateleiras e os produtos fazem parte do estoque, mas ele não é só isso.
Para ter um estoque verdadeiro, bem organizado e fácil de se navegar, será preciso entender o seu ciclo – o ciclo do estoque. Ele é dividido em quatro partes:
- Orçamentos (busca pelos fornecedores);
- Estoque (catalogar tudo o que foi comprado);
- Venda (vender o que foi adquirido e organizado);
- Baixa (anota que algo foi vendido e não está mais no estoque).
CAPITAL DE GIRO
Muito próximo do fluxo de caixa, o capital de giro se trata do valor restante após o pagamento de todas as despesas. Portanto, se o seu fluxo de caixa está positivo, você tem capital de giro. Agora, se o seu fluxo de caixa está negativo, você não tem capital de giro.
Como esse valor é extremamente importante para manter o seu negócio funcionando, vale a pena seguir os esforços que citamos no tópico sobre o fluxo de caixa.
Veja se o seu regime tributário e porte empresarial estão corretos
Se o seu objetivo é realmente recuperar uma empresa financeiramente, outro ponto importante está nos impostos pagos. Muitos empreendedores acabam perdendo dinheiro por estarem enquadrados em regimes menos benéficos. São três disponíveis:
- Simples Nacional (faturamento até R$ 4,8 milhões);
- Lucro Presumido (faturamento até R$ 78 milhões);
- Lucro Real (sem limite de faturamento).
Além do regime, pode ser que o seu porte empresarial esteja errado. MEI, ME, EPP… Todas elas têm suas próprias características e podem ser o diferencial que faltava no seu negócio.
Para definir qual a melhor entre essas opções, é extremamente importante contar com um contador. Esse profissional está preparado para ajudar sua empresa na hora de pagar menos impostos e voltar a crescer. Aliás, um escritório de contabilidade especializado em empresas te ajuda a evitar cair em um problema financeiro.
Está precisando de um contador que irá ajudar a melhorar a gestão do seu negócio? Então, conte com a Euro Contábil. Nossos profissionais de assessoria contábil, fiscal, societária e de departamento pessoal podem mudar o rumo da sua empresa!
Envie uma mensagem por WhatsApp e tire todas as dúvidas!
No post de hoje falamos sobre como recuperar uma empresa financeiramente. Agora, você já sabe que se organizar, criar um planejamento financeiro e estar ao lado de bons profissionais pode fazer toda a diferença.
Espero que o conteúdo tenha contribuído na sua jornada!
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Redação Euro Contábil
Beatriz Bandolin | Jornalista e Redatora SEO no Blog Euro Contábil
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