O Drex já está entre nós! Na verdade, ainda em fase de testes, mas funcionando. A primeira moeda digital do Banco Central do Brasil (BC), está sendo testada desde março através de uma plataforma piloto – a Piloto Drex.
Sabemos que toda novidade que une o mundo financeiro e a tecnologia pode causar um pouco de medo. Afinal, ninguém quer cair em golpes ou perder dinheiro – que é bem difícil de conquistar, não é mesmo?
Também é provável que você não queira ficar de fora e, por isso, é tão importante conhecer todos os detalhes do “real digital”.
Sem dúvida você vai querer saber quando o Drex foi criado, para que ele serve, quem vai poder usar, quando chega ao público geral, se vai ter alguma taxa, enfim, tudo! 😉
Então, vamos juntos entender do que se trata esse tal de Drex!
Neste artigo você encontra
Como o Drex nasceu
As primeiras unidades do “real digital” – como era chamado o Drex até julho de 2023 – foram emitidas em outubro de 2022.
Desde então, a plataforma piloto – Piloto Drex – já começou a funcionar e conta com o apoio de 16 grupos representativos do mercado financeiro.
Os testes hoje buscam avaliar casos de uso da moeda – como se fossem operações reais – e também a viabilidade e potencial tecnológicos da plataforma.
Ou seja, estão sendo testados pagamentos a bancos, ativos digitais, corretoras, entre outros.
Além disso, essa fase está avaliando se o Drex é viável para que todo o país o use simultaneamente – igual ao PIX.
Mas, e aí, o que é o Drex?
Bom, antes de começar a explicar os detalhes, que tal conhecer um pouco melhor essa palavra?
Cada letra de “Drex” equivale a uma característica da nova ferramenta, olha só:
D = Digital
R = Real
E = Eletrônica
X = Modernidade
Com certeza é um nome criativo, não? Mas, para além do nome, o Drex pode significar uma nova realidade para as transações financeiras.
Que tal fazer pagamentos mais rápidos, com menor risco de fraudes e que está disponível em qualquer país? Esses são os principais objetivos dessa moeda digital.
Sim, o Drex pretende ser a moeda digital oficial do Banco Central – Central Bank Digital Currency (CBDC), em inglês.
Plataforma
A plataforma escolhida para Piloto Drex é a Hyperledger Besu, uma Distributed Ledger Technology (DLT) – Tecnologia de Registro Distribuído, em português.
Calma…Calma… vou explicar melhor.
De forma simples, a Hyperledger é um tipo de livro de registros contábeis digital que registra todas as transações feitas pelo usuário e as grava em vários locais ao mesmo tempo.
Cada um desses locais – chamados de “nós” – processa e verifica a veracidade da informação disponibilizada, criando um consenso.
Isso é seguro?
Diferente de uma blockchain – tecnologia usada pelas criptomoedas, como a bitcoin – as DLTs funcionam de maneira fechada ou permissionada.
Enquanto os dados gravados na primeira são disponibilizados para o público geral, projetos elaborados no formato DLT só podem ser controlados por autoridades selecionadas – governo, empresas ou um grupo de pessoas.
No caso do Drex, quem seleciona – através de convite ou votação – é o Banco Central
Ok, agora vou responder à pergunta. Sim, é seguro! 😊
Além de ser um ambiente seguro naturalmente, o Banco Central também tem feito o possível para adequar o Drex à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Inclusive, se seu dinheiro for roubado – e continuar em formato digital, sem saque – os bancos podem reverter a transação após uma ordem judicial.
Categorias
Nesse primeiro momento, o BC está focado em registrar três categorias de ativos, com diferentes nomenclaturas, no Drex – para instituições financeiras, pessoas físicas e empresas.
Veja:
- Real Digital (Drex): será apenas para atacado ou interbancário, ou seja, só vai funcionar como reserva bancária ou conta de liquidação;
- Real Tokenizado (Drex Tokenizado): específico para o varejo, com esse ativo será possível fazer depósito bancário apenas digitalmente – sem a versão física do dinheiro, apenas digital.
- Títulos do Tesouro Direto: para compra e venda de títulos público federais (TPF) no mercado primário e secundário.
Vale ressaltar que o acesso direto o Drex só será permitido para instituições financeiras.
O público em geral vai poder realizar operações com a moeda digital apenas indiretamente. O contato será através de carteiras virtuais em bancos e outras instituições.
Quem está participando do teste?
Entre os 16 escolhidos pelo BC, estão instituições financeiras dos segmentos S1 a S4, instituições de pagamento, cooperativas, bancos públicos, desenvolvedores de serviços de criptoativos, operadores de infraestruturas de mercado financeiro e instituidores de arranjos de pagamento.
Para ficar mais fácil de entender, trouxemos para você a lista com todos os participantes.
Ah, e só ressaltando, alguns foram incorporados como consórcios. Por isso você pode encontrar mais de uma instituição por vez.
Confira quais são:
- Bradesco, Nuclea e Setl;
- Nubank;
- Banco Inter, Microsoft e 7Comm;
- Santander, Santander Asset Management, F1RST e Toro CTVM;
- Itaú Unibanco;
- Basa, TecBan, Pinbank, Dinamo, Cresol, Banco Arbi, Ntokens, Clear Sale, Foxbit, CPqD, AWS e Parfin;
- Caixa, Elo e Microsoft;
- SFCoop: Ailos, Cresol, Sicoob, Sicredi e Unicred;
- XP, Visa;
- Banco BV;
- Banco BTG;
- Banco ABC, Hamsa, LoopiPay e Microsoft;
- Banco B3, B3 e B3 Digitas;
- Consórcio ABBC: Banco Brasileiro de Crédito, Banco Ribeirão Preto, Banco Original, Banco ABC Brasil, Banco BS2 e Banco Seguro, ABBC, BBChain, Microsoft e BIP;
- MBPay, Cerc, Sinqia, Mastercard e Banco Genial;
- Banco do Brasil.
O Comitê Executivo de Gestão (CEG) do Piloto Drex fez a seleção de acordo com o regulamento estabelecido. A escolha se baseou nas propostas enviadas pelas instituições – ou consórcios de instituições.
Se o seu banco participa do teste, é provável que o Drex chegue mais rápido nele.
Qual a previsão de lançamento?
O fim do Piloto Drex está previsto para maio de 2024 e, segundo estimativa feita pelo BC, a versão oficial deve ser lançada entre o final de 2024 e começo de 2025.
É obrigatório aderir ao Drex?
Não. O Drex será apenas mais uma função no seu aplicativo de banco.
Vai ter algum custo?
Como você pôde observar, o Drex sempre vai estar associado a alguma instituição financeira e, consequentemente, os serviços prestados serão cobrados.
A ideia é a seguinte:
Você deposita em uma carteira virtual a quantia desejada – R$ 100, por exemplo.
Então, a moeda física será convertida em Drex, que equivale a mesma quantia. Ou seja, você terá 100 Drex.
Reforçando, então: 1 Drex equivale a 1 Real, mas o banco poderá cobrar alguma taxa (ainda não definida) pelo serviço prestado.
Depois de convertido, o valor poderá ser transferido pela blockchain e o receptor pode converter novamente em reais e retirar o valor em papel moeda.
E o que isso muda na minha vida?
Já demos o spoiler lá no início do texto, o Drex pretende deixar várias transações financeiras mais rápidas e promete mudar radicalmente a forma como lidamos com elas.
Por exemplo:
- Transferências, pagamentos e compra de títulos públicos poderão ser feitas com a moeda de forma instantânea;
- Consórcios habilitados pelo BC poderão liberar mais possibilidades – como pagamento instantâneo de parcelas e benefícios sociais;
- Contratos inteligentes devem mudar a forma como compramos e vendemos casas, carros e outros bens – o processo também será instantâneo e você pode receber seu dinheiro ou bem de volta caso alguma fase do processo falhe.
Drex atinge 500 operações em 50 dias
Em setembro, as instituições credenciadas para realizar os testes do Drex atingiram 500 operações simuladas. O marco foi alcançado no período de 50 dias.
Como você já sabe, todas essas transações simuladas estão sendo feitas para testar a infraestrutura básica da plataforma.
Ou seja, precisam ser focadas no mercado atacadista e varejista. Ao todo, a iniciativa já conta com 11 nós das instituições em operação na rede.
Entre essas 500 transações estavam:
- Criação de carteiras digitais;
- Emissão e destruição de Drex;
- Transferências simuladas entre bancos e clientes.
Você acha que o Drex será tão popular quanto o PIX?
Agora você já está mais do que inteirado nas novidades do universo Drex!
Esperamos que as informações tenham sido úteis e, em um futuro não tão distante, ajudem as transações da sua empresa e da vida pessoal.
E lembre-se, qualquer dúvida pode ser esclarecida por um contador. Estamos aqui prontos para te ajudar!
Saiba mais sobre o mercado financeiro:
Redação Euro Contábil
Beatriz Bandolin | Jornalista e Redatora SEO no Blog Euro Contábil
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