Quanto mais as pessoas falam de investir no Tesouro Direto, mais dúvidas surgem a respeito desse investimento. De fato, essa é a rentabilidade mais segura no país. Mas o que mais você precisa saber? Entenda tudo sobre Tesouro, títulos, Taxa Selic, vencimento, riscos, fundo de emergência, juros… *respira* EXATAMENTE TUDO, logo abaixo.
Se você tem um dinheiro sobrando, por que não investir ao invés de deixá-lo juntando pó na conta corrente? Essa é a estratégia mais incentivada dos últimos tempos. E com razão. Afinal, investir realmente gera lucro.
Mas também sabemos que todo investimento traz riscos. Logo, para quem vai começar ou ainda não tem uma renda estável, o foco deve ser a escolha de uma carteira segura.
Por isso, não é nenhuma surpresa que o Tesouro Direto tenha entrado nos trending topics do mercado financeiro. O tesouro é o investimento mais seguro, atualmente. E, além disso, é acessível para todo mundo – até pra quem só pode investir R$ 30,00 por mês.
Provavelmente é por isso que você e tantas pessoas vêm nesse investimento uma forma mais fácil de começar a enriquecer. Isso é possível. Mas não de todo fácil.
Ao cair de cabeça neste post, você vai encontrar tudo o que quer e o que PRECISA saber sobre Tesouro Direto. Falaremos dos tipos de título do tesouro, como investir, qual o impacto da Taxa Selic (se ela cair) e da inflação (se ela subir…) E mais um monte de conteúdo feito e estudado para você enriquecer sem mágica.
(Porque enriquecer do seu esforço é muito mais gostoso e inteligente 😉)
Bora lá?
Navegue pelo conteúdo
- Começando pelo começo: o que é Tesouro Direto?
- Em qual título você deve investir (pra não se arrepender depois)
- Entendendo a Tabela do Tesouro Direto
- O que quer dizer "compra e venda de Títulos"?
- Perfil de Investidor: como saber o seu e no que isso te ajuda
- Quanto é preciso investir para ver os resultados?
- Como - FINALMENTE - investir? Passo a passo e tutoriais
- O que acontece com o Tesouro Direto se a Taxa Selic cair?
- Tem problema tirar o dinheiro antes do vencimento?
- Risco: dá para perder dinheiro no Tesouro Direto?
- Imposto de Renda: não erre na hora de declarar seus investimentos
Qual o seu objetivo ao investir?
Se você quer se tornar o dono do próprio negócio (mas precisa de capital), então veja também nosso conteúdo como montar um planejamento financeiro completo.
Começando pelo começo: o que é Tesouro Direto?
O Tesouro Direto é um programa do Tesouro Nacional que, desde 2022, permite a compra de títulos públicos federais por pessoas físicas. Ou seja, cidadãos iguais eu e você.
Atualmente, esse investimento é tido como o mais seguro do mercado. Por isso, ele se torna a primeira opção de quem começa a investir.
Isso quer dizer que apenas investidores iniciantes devem investir no Tesouro Direto? Não mesmo. O Tesouro é uma boa opção para todos os tipos de investidores – e se faz uma ótima escolha para quem quer diversificar sua carteira.
Como funciona o Tesouro Direto
Para quitar dívidas públicas, o Tesouro Nacional abre títulos (papéis) de compra e venda com tempo determinado de validade. As pessoas físicas (com CPF) podem comprar esses títulos e assim “emprestar dinheiro” ao Tesouro Nacional.
É por isso que às vezes o Tesouro Direto é descrito como um “financiamento da dívida pública”. Porque você literalmente vai ajudar a quitar as dívidas do governo, e depois receber por isso com juros!
Para que esse processo fosse acessível a todos, o governo o simplificou. Mas o que isso realmente significa?
Isso significa que, ao invés dos títulos só estarem disponíveis em seu valor unitário (que são mais altos), o Tesouro Direto permite a compra de uma parcela daquele título. Assim, quando você compra um título no valor mínimo, está pagando 1% do valor unitário, e dessa forma, você tem 1% do título comprado.
É arriscado investir no tesouro?
Por se tratar de uma iniciativa pública, as chances de você não ter uma retribuição futura (ou seja, o pagamento) são mínimas.
Algumas pessoas até mesmo dizem que isso só aconteceria se o país quebrasse de maneira generalizada (e então seria o caos!).
Entendendo a Tabela do Tesouro Direto
Se você está querendo saber mais e entender de vez o que é investir nos títulos mais seguros do mercado financeiro, então já deve ter se deparado com aquela tabela grande no site do Tesouro Direto.
Ela até parece com uma tabela de preços. Mas não é.
Nela é possível encontrar todas as informações mais relevantes e até explicações sobre cada título. A seguir, vamos explicar cada coluna da tabela:
Títulos (papéis) oferecidos
Existem três tipos de títulos diferentes na Tabela do Tesouro Direto.
São eles: os prefixados, os pós-fixados e os híbridos. Cada um altera o modo de investir e o objetivo do investimento. Por isso, é bom entendê-los antes de escolher o melhor título público para você.
- Prefixados:
Tem uma taxa fixa de rendimento. Dessa forma, é independente da variação do mercado. Quando você compra um papel prefixado, sabe exatamente quanto vai receber.
- Pós-fixados:
Sofre as influências das oscilações de mercado (Selic e inflação). Por isso, pode render mais ou menos do que o esperado inicial. Só é possível saber o rendimento na hora de resgatar a recuperação do título.
- Híbridos:
É e não é influenciado pela inflação. Pois parte do valor de resgate é fixo, e parte está sujeito às oscilações.
Horário de funcionamento do mercado
A Tabela do Tesouro Direto mostra, diariamente, os títulos oferecidos pelo Tesouro Nacional. Essa tabela pode ser atualizada várias vezes por dia e é preciso ficar atento ao período de “mercado aberto”. Nesse período, as oscilações do mercado afetam diretamente as taxas. Mas, depois que o mercado fecha, as taxas são apenas uma projeção de quando o mercado abrir de novo pela manhã.
Veja a explicação mais exata dos horários da tabela, logo abaixo:
HORA | STATUS | PREÇO |
9h30 às 18h | Mercado Aberto | Preço vigente na hora da compra |
18h às 5h | Mercado Aberto (taxa indicativa) | Preço de abertura no próximo dia |
5h às 9h30 | Mercado Fechado | Apenas consulta dos preços |
Fim de Semana e Feriado (00h às 23h59) | Mercado Aberto (taxa indicativa) | Preço de abertura no próximo dia |
Durante os finais de semana, feriados e após as 18h de cada dia, os preços exibidos na tabela são apenas para indicar como o mercado vai abrir no próximo dia.
Assim, dependendo da sua estratégia de investimento, o horário em que você comprar ou vender o título também vai importar.
Mas, relaxa. O Tesouro Direto sofre as menores oscilações em comparação a todos os demais tipos de investimento. Então, mesmo que você não tenha como calcular a hora certa de comprar um papel, você ainda pode investir sem medo.
Hey, nessa época do ano a gente faz várias resoluções (planos) para mudar de vida e atingir nossos objetivos. Se investir também faz parte das suas resoluções de ano novo, recomendamos ficar por dentro deste site: Info Money, um portal de notícias para investidores 24h/dia atualizado.
Taxas e rendimento anual
Na tabela, você ainda pode encontrar a taxa de negociação para o título, ou papel, que está à venda. Ao disponibilizar um título, o governo estabelece os juros cabíveis. Esses juros rendem sobre o valor da compra do título, e podem variar (como vimos antes no tópico ‘Títulos’).
Esses juros são as taxas pagas em cima do valor que você investir no Tesouro Direto.
Aliás, a taxa apresentada na tabela faz menção ao rendimento anual. Por isso os papéis oferecidos têm vencimento para três, quatro, dez e até quarenta anos no futuro. O Tesouro recompensa quem é paciente. Esse pode ser um investimento de longo prazo.
Caso você queira simular a compra de um título agora mesmo, use a calculadora oficial do Tesouro Direto.
Investimento mínimo e preço unitário
Você deve ter percebido que há duas colunas com preço na tabela. Ambas tratam do valor pago pelo título. No entanto, a primeira “Investimento Mínimo” é aquela fração de 1% disponível – para tornar o Tesouro Direto acessível.
Pelas regras do tesouro, o valor mínimo a que um título pode ser ofertado é R$ 30,00. Isso não quer dizer que você vá encontrar um papel por esse preço. Para facilitar ainda mais a vida dos investidores, o tesouro já calcula a taxa cobrada pelos bancos para cuidar do seu investimento. Assim, é comum encontrar números bem quebrados, como R$ 30,88 ao invés do valor mínimo redondo.
Prosseguindo, já a próxima coluna “Preço Unitário” se refere ao título inteiro. Dessa forma, quando você investe, é possível comprar partes de um título, ou ele inteiro.
Não há mudança no rendimento – apenas no valor.
Vencimento
Trata-se do período de resgate dos papéis, quando o investimento pode ser recolhido junto com os juros. Em geral, antes de um papel chegar ao seu vencimento, o Tesouro Direto retira sua oferta do site, de modo que só é possível vender o título, e não comprar.
Negociando com o governo: O que quer dizer "compra e venda de Títulos"?
No mercado de investimentos, e principalmente na Bolsa de Valores, é comum ouvir os termos “compra” e “venda” sendo utilizados. Mas, para o Tesouro Direto, elas têm um significado diferente.
A compra de um título do Tesouro Direto equivale a um empréstimo feito ao governo, do qual você colhe os juros.
Já a venda dos papéis equivale a devolver o título mais cedo do que o previsto. Por isso, quem compra os papéis de volta é o próprio governo.
Adiantamos: não é aconselhado vender um título antes do vencimento, a não ser que você conheça o mercado e saiba que vai sair no lucro.
Mas não se preocupe, falaremos mais sobre os riscos do Tesouro Direto nos próximos tópicos.
Em qual título você deve investir (para não se arrepender depois)
Se você tem um dinheiro sobrando, por que não investir ao invés de deixá-lo juntando pó na conta corrente? Essa é a estratégia mais incentivada dos últimos tempos. E com razão. Afinal, investir realmente gera lucro.
Mas também sabemos que todo investimento traz riscos. Logo, para quem vai começar ou ainda não tem uma renda estável, o foco deve ser a escolha de uma carteira segura.
Por isso, não é nenhuma surpresa que o Tesouro Direto tenha entrado nos trending topics do mercado financeiro. O tesouro é o investimento mais seguro, atualmente. E, além disso, é acessível para todo mundo – até pra quem só pode investir R$ 30,00 por mês.
Tesouro Prefixado
O Tesouro Prefixado, tem um rendimento fixo, prévio e que não muda ao longo dos anos. Por isso, quem investe nesse modelo, sabe exatamente quanto vai receber no vencimento. Esse título é recomendado para quem não confia no mercado financeiro e quer mais segurança na hora de investir.
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais
Esse modelo tem a mesma característica de taxa fixa do prefixado normal, porém os juros são semestrais. Isso quer dizer que, ao invés de um resgate único no vencimento, o Tesouro Direto calcula os juros semestrais e devolve o rendimento para o banco do investidor.
Dessa forma, o dinheiro rende semestralmente, e não de forma acumulada (juros compostos).
No entanto, esse modelo só é bom para quem não precisa do dinheiro e só quer aproveitar do pagamento duas vezes por ano.
Tesouro Selic
O Tesouro Selic é o único papel em que é possível investir e retirar o dinheiro antes do vencimento – sem correr riscos de perder o valor investido. Por isso, ele é recomendado para quem quer apenas deixar o dinheiro rendendo em sua reserva de emergência.
Assim como o nome diz, o Tesouro Selic tem como base a Taxa Selic, e é do tipo pós-fixado. A qual é aplicada no investimento todos os dias. Ou seja – o seu dinheiro rende todos os dias. É isto que torna o Tesouro Selic uma boa aposta para quem começa a investir o dinheiro que sobra no mês.
Nesse modelo, é pago, todos os dias, uma fração do que seria a Taxa Selic no momento. Assim, se a taxa sobe em um determinado período, ela começa a render uma fração desse novo valor. Por isso o Tesouro Selic é mais volátil e menos previsível.
Tesouro IPCA+
Esse modelo é o mais indicado se você não quer se preocupar com a inflação e não se importa em esperar para resgatar o dinheiro.
O Tesouro IPCA é do tipo híbrido. Ou seja, ele rende uma taxa fixa + garantia de render acima da inflação.
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais
Por fim, o Tesouro IPCA com juros semestrais tem a mesma lógica do IPCA normal, porém com juros semestrais. E por isso se aplica também à mesma recomendação do Tesouro Prefixado com juros semestrais. Só que com um prazo ainda mais longo de vencimento.
Perfil de Investidor: como saber o seu e no que isso te ajuda
Agora que você já sabe como funciona cada título do Tesouro Direto, e até mesmo já viu as recomendações mais comuns, está na hora de descobrir o seu perfil de investidor. Ao fazer um investimento, não dá para entrar em qualquer carteira e achar que vai lucrar com isso. Os investimentos de fato são feitos para lucrar – mas é preciso analisar cada um atenciosamente.
E o seu perfil pode te ajudar nisso. O perfil de um investidor lhe diz qual o caminho ideal para atingir seus objetivos, sem precisar esperar do que o necessário, ou investir acima do orçamento. Vejamos então algumas características de cada perfil.
A Longo Prazo
Se o seu objetivo é de longo prazo, então você deve apostar em papéis com vencimento a longo prazo. Não é segredo que os juros rendem mais com o tempo. Pois o dinheiro vai render de forma cumulativa, juros sobre juros.
Se você se identifica com um investidor de longo prazo, então pode ser uma boa ideia comprar títulos do Tesouro Prefixado ou do Tesouro IPCA. Veja alguns objetivos a longo prazo a seguir:
- Comprar uma casa
- Comprar um carro
- Se aposentar
- Investir para os filhos
A Curto Prazo
Pelo contrário, se o seu objetivo tem um prazo mais curto de até seis anos para ser cumprido, então você deve escolher um título que te permita retirar esse dinheiro com mais facilidade. Esse é o caso do Tesouro Selic.
E se você tem medo da economia e da Taxa Selic cair? Então pode optar pelo Tesouro Prefixado. Mas não escolha os Juros Compostos! Senão é possível perder em rendimento.
Alguns objetivos de curto prazo são:
- Fazer uma faculdade
- Tirar a carteira de habilitação
- Comprar uma moto
- Fazer reformas
- Renovar os móveis
Reserva de Emergência
Muitas vezes nós chegamos ao final do mês com tudo quitado e com uma sobra na carteira. Essa sobra DEVE se tornar uma reserva de emergência. Mas… por que deixar essa reserva esquecida no banco (em uma poupança), se você pode investir no Tesouro Selic? Pois essa é a melhor opção. E, claro, você pode retirar o dinheiro quando precisar.
Quanto é preciso investir para ver os resultados?
Certo. Eu já sei como o Tesouro Direto funciona, o que cada título me proporciona e até mesmo já escolhi qual deles é o melhor para o meu caso. E agora: quanto eu preciso investir?
Não existe resposta fechada para essa dúvida. Será preciso calcular o rendimento e analisar se ele condiz com os resultados que você quer ter. Essa é uma boa hora de usar o simulador ou a calculadora do Tesouro Direto.
Você pode monitorar os seus rendimentos através do aplicativo do banco usado para investir. Mas calma. Respire antes de começar a correr atrás do tesouro, em busca de respostas! Para começar a ver os resultados, é preciso deixar o dinheiro render. Isso quer dizer que você deve a) esquecer que o dinheiro está lá e b) lembrar que o dinheiro está lá sem entrar em pânico se estiver abaixo no esperado.
Como os investimentos dependem muito das oscilações do mercado, é possível que o rendimento abaixe ou aumente conforme o tempo passa. O maior erro dos investidores iniciantes é ficar ansioso e tomar uma atitude por impulso ao menos sinal de queda.
Nessa hora, respire e se acalme. Enquanto você não entende tudo sobre investir, não cometa erros por excesso de preocupação. Na realidade, o Tesouro Direto é o melhor lugar para começar.
Pois os riscos são mínimos e, desde que você tenha paciência, não vai perder dinheiro.
Como - FINALMENTE - investir? Passo a passo e tutoriais
Ufa! Já vimos tanta coisa sobre investir no Tesouro Direto, até parece que sabemos tudo…! Mas não, não sabemos. Ainda é preciso aprender a – finalmente – colocar em prática a teoria. Vamos agora ao passo a passo de como investir no Tesouro Direto.
1) Tenha um banco de sua escolha
Antigamente, só era possível investir com corretoras e alguns bancos selecionados. Mas agora, o acesso é amplo e qualquer banco com um aplicativo no celular pode ser o seu corretor. Assim, escolha um banco e entre no aplicativo dele.
Dica: recomendamos usar o banco em que você já tenha uma conta.
2) Faça uma conta no site do Tesouro Direto
Para poder investir e entrar na página de acesso restrito do Tesouro Direto, você vai precisar de uma conta lá também. Crie sua conta no site.
3) Use o aplicativo do banco para investir
Cada banco tem um modelo diferente de guiar seus usuários até o investimento. Então, você precisa encontrar a opção de investir no Tesouro Direto e seguir as indicações.
Alguns aplicativos ainda oferecem a possibilidade agendar investimentos e agendar investimentos recorrentes (para quando você quer investir todos os meses um valor determinado). Veja se o seu banco oferece essa opção.
4) Se tiver dúvidas, procure tutoriais específicos de cada aplicativo
Como cada aplicativo é diferente, você pode precisar assistir a um tutorial dele para entender o passo a passo. Vamos disponibilizar aqui alguns tutoriais específicos de apps normalmente usados.
Tutorial: Como escolher uma corretora?
E se você não sabe qual banco/corretora escolher? Então vê esse vídeo HILÁRIO da Nathalia Arcuri – a professora influencer mais didática (e engraçada) do Brasil.
FAQ: É melhor ter um gestor de investimento ou cuidar dos investimentos recorrentes sozinho?
Será que é mais sensato contratar um gestor de investimentos, ou cuidar dos seus papeis sozinho? Depende. Às vezes, existe alto risco. E, por isso, e melhor confiar em alguém que entenda do assunto. Se você ainda está aprendendo, opte por um gestor. Mas para investir no Tesouro, não é preciso gestor de investimento. Afinal, são papéis de baixo risco.
O que acontece com o Tesouro Direto se a Taxa Selic cair?
O Tesouro Direto é diretamente afetado pela Taxa Selic. Seja para formular as taxas prefixadas ou para balancear o Tesouro Selic. Logo, se a Taxa Selic cair, ela também impacta o Tesouro Direto. Mas não de uma forma direta.
Sim, parece algo um pouco complexo, não é mesmo? Mas na verdade, nós só precisamos parar de pensar no imediato e focar no futuro. Veja só:
Se a Taxa Selic cair, o juros prefixado continua o mesmo.
1) Logo, o Tesouro Prefixado renderia mais que o Tesouro Selic (a longo prazo).
Se a Taxa Selic subir, o juros prefixado ainda continua o mesmo.
1) Então, o Tesouro Prefixado perderia para a Taxa Selic.
No caso do Tesouro Selic, caso a Taxa caísse, ele seria muito influenciado. O rendimento ficaria abaixo do esperado inicialmente, e talvez até perdesse para outros investimentos.
Por isso, quando você escolhe um título, deve estar ciente de que se compromete com essas variações. Pode ser que seu investimento renda muito, ou pode ser que não renda tudo aquilo. De qualquer forma, o rendimento é assegurado pelo governo, e nunca houve falta por parte do Tesouro Nacional. Por isso o Tesouro Direto é tido como muito seguro.
Como saber se a Taxa Selic vai subir ou cair?
Simples e direto: não dá para saber com certeza se a Taxa Selic vai subir ou cair.
Isso é fato. Embora seja possível projetar o movimento da Taxa, ninguém sabe como será o dia no mercado financeiro amanhã. Da mesma forma que em 2020, ninguém esperava que a pandemia impulsionaria tamanha alta da Taxa.
Mas então ficamos a mercê do acaso? Sim e não. Como dito, é possível projetar. Imaginar como a Taxa Selic vai estar, de acordo com dados e comportamento de mercado. Olhe só.
É possível ver a expectativa do mercado para a Selic através do DI futuro (Depósitos Interfinanceiros), no site da B3, a empresa de infraestrutura financeira que criou, junto da Secretaria do Tesouro Nacional, o programa Tesouro Direto.
Dentro do site, é possível encontrar as cotações para o DI futuro. Nessa tabela, há valores de expectativa do mercado. Então, se você analisar quais são as expectativas, pode acabar acertando. Mas cuidado, nada é garantido.
Para entender melhor essas coisas complicadas de DI, CDI, Taxa Selic, Tesouro Direto, Bovespa… e tudo o que a gente quer saber, mas nem sempre entende direito o que é, encontramos um vídeo (extenso) bem explicado da Yubb Explica. Não deixe de conferir:
É possível ter uma rentabilidade negativa?
Sim, mas não do jeito que você imagina.
A rentabilidade negativa é quando a taxa de juros do investimento fica abaixo da inflação. Desse modo, quando o valor é retirado, o que se perde não é a quantidade em dinheiro, mas o poder de compra daquela moeda. Então, se você investir em algum papel que não garante uma rentabilidade acima da inflação, pode ser que – numa catástrofe (difícil de prever, como uma pandemia) – haja rentabilidade negativa.
Mas, lembre-se: essas são hipóteses.
O Tesouro Direto ainda é o investimento mais seguro do Brasil.
Tem problema tirar o dinheiro antes do vencimento?
Tem, e muito! Dependendo de qual título você opta por comprar, é melhor deixar o dinheiro trancado a sete chaves do que retirar e acabar perdendo.
No caso de você ter um título de Tesouro Prefixado e decidir vender esse investimento, então tudo vai depender de quanto o Tesouro Nacional acha que precisa te pagar para comprar aquele título de você.
Sim, isso mesmo. Se você quer vender o seu investimento, quem compra ele é o governo. É como se estivesse comprando o título de volta. E se o Tesouro Nacional entender que o seu título vale menos do que quando foi comprado? Então você perde dinheiro.
Ah, aliás. Isso é a famosa marcação a mercado. Os investidores que entendem melhor de Taxa Selic, inflação e oscilação de mercado podem ver oportunidades de tirar ou colocar dinheiro no Tesouro Direto, e assim, lucrar além do que era esperado.
Isso é arriscado? Ô se é! Mas rende muito para quem acerta.
Risco: dá para perder dinheiro no Tesouro Direto?
Finalmente, eis a questão: dá para perder dinheiro no Tesouro Direto? E não estamos aqui falando de rentabilidade negativa, mas de dinheiro mesmo – retirar menos do que você colocou lá no começo. E a resposta é…
Sim. Dá para perder dinheiro.
Mas não é de qualquer forma. Você só perde dinheiro no Tesouro Direto se retirar o seu investimento em um momento em que a taxa de juros esteja inferior a quando você investiu. E dependendo de quanto ela caiu, esse valor pode ser menor do que o preço do título na época.
Por isso, não retire o dinheiro do Tesouro Prefixado e do Tesouro IPCA. Deixe-o lá para render e garantir a taxa de juros.
Só vale retirar o dinheiro antes do vencimento se você entender de marcação a mercado.
Imposto de Renda: não erre na hora de declarar seus investimentos
Por fim, mas não menos importante, chegamos ao aspecto mais contábil da nossa aventura sobre Tesouro Direto: declarar os rendimentos. No Brasil, todo rendimento/investimento deve ser declarado. Essa regra está lá no Artigo 1ª do Regulamento do Imposto de Renda (2018), que diz que são contribuintes:
Art. 1º As pessoas físicas que perceberem renda ou proventos de qualquer natureza, inclusive rendimentos e ganhos de capital, são contribuintes do imposto sobre a renda, sem distinção de nacionalidade, sexo, idade, estado civil ou profissão.
§ 1º São também contribuintes as pessoas físicas que perceberem rendimentos de bens de que tenham a posse como se lhes pertencessem, de acordo com a legislação em vigor.
Regulamento do Imposto de Renda
Ao retirar o seu dinheiro do rendimento no Tesouro Direto, ele já vai estar com o desconto do Imposto de Renda. Logo, automaticamente, você está pagando o imposto sobre a essa renda. Isso torna o Tesouro Direto isento de pagamento na declaração do começo do ano.
Ainda que o pagamento do imposto de renda seja automático – cobrado pela instituição financeira na hora do resgate – você ainda tem de declarar seu rendimento.
A Declaração é uma formalidade para Receita, e envolve todos os seus rendimentos, não somente os financeiros, mas outros como salário e aluguéis. Essa é uma exigência para demonstrar sua boa fé e provar ao Fisco que você não tem intenção de sonegar impostos.
Desta forma, na hora de preencher sua declaração, você deve colocar o valor retirado do Tesouro Direto na categoria “Bens e Direitos“.
Segundo o programa do Tesouro Direto, a instituição que fez o intermédio entre seu investimento e o Tesouro Direto deve te mandar (com antecedência de até 6 meses) um informe de rendimento, contendo os valores que devem estar na declaração do imposto de renda. O que facilita para você, investidor.
Quando fazer a declaração do Imposto de Renda?
Deve-se enviar a Declaração do Imposto de Renda (DIRPF) todos os anos até o último dia de março. No entanto, devido à pandemia e a alguns fatores, essa data pode mudar. Por isso, fique atento! Além disso, o recomendado é montar o documento ANTES do prazo final.
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Mellyne Saboia | Jornalista formada pela UEL, Redatora SEO e Designer
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