Evitar erros no planejamento financeiro faz toda a diferença para o sucesso de uma empresa. E não estou falando apenas do sucesso financeiro, mas da empresa como um todo. Planejar-se financeiramente é o que faz o seu negócio sobreviver. Em outras palavras, é o que evita que o seu sonho vire um caso de falência ou desistência.
Só no setor de comércio e serviços, por exemplo, 129.515 empresas foram fechadas no segundo trimestre do ano passado (2023).
Impressionante, né? Todas essas empresas fechadas foram resultado direto ou indireto de planos e metas que acabaram não dando certo por conta de um planejamento mal elaborado.
Muitas vezes, você até sabe o que é o planejamento financeiro e o básico sobre o assunto, mas acaba cometendo muitos erros ao longo do caminho. Nesses casos, o melhor é encontrar o que há de errado e seguir em frente – nadar contra a maré de empresas fechadas.
Por isso, neste post, vamos te explicar quais erros no planejamento financeiro podem estar atrapalhando o andamento de sua empresa e quais são as saídas para cada um deles. Capital de giro, abandono de metas, fluxo de caixa…
Seja qual for o problema, tenha certeza de que há solução. 😉
Neste artigo você encontra
- O que é o planejamento financeiro?
- Abandonar metas: um erro comum que precisa acabar
- Não conhece a própria empresa? Algo está errado!
- Deixou de acompanhar quanto entra e sai do caixa
- Falta capital de giro!
- Falta de disciplina e organização prejudica você, seus clientes e a empresa
- Para completar, ainda está pagando tributos que vão muito além do necessário
O que é o planejamento financeiro empresarial?
O planejamento financeiro é, na verdade, um conjunto de medidas que ajudam você, empreendedor, a entender melhor as finanças da empresa.
Desta forma, a organização e o gerenciamento dos recursos financeiros se tornam mais simples e os resultados bem melhores.
Com o planejamento financeiro, você pode planejar gastos, despesas e investimentos dos próximos meses – tudo o que colabore para que a empresa alcance suas metas gerais. Inclusive, ele é essencial tanto para novas empresas quanto para quem já está consolidado no mercado.
Veja tudo o que é possível organizar com o planejamento financeiro empresarial:
- Metas e objetivos financeiros;
- Ações necessárias para alcançar os objetivos e os prazos;
- Processos internos para manter as contas em dia;
- Receitas e despesas da empresa;
- Possíveis investimentos;
- Faturamento;
- Margem de lucro e receita líquida;
- Projeção de receita para os próximos meses;
- Controle do fluxo de caixa;
- Cenários financeiros possíveis e maneiras de evitar problemas.
Abandonar metas: um erro comum que precisa acabar
Como você já pôde perceber, o planejamento financeiro e as metas da sua empresa estão interligados.
Quem nunca fez AQUELA lista gigantesca, cheia de planos, que nunca colocou em prática? Se você faz parte desse grupo, também deve ter percebido que o grande responsável pela não realização foi a falta de planejamento, né?
Pois é, pensar grande é extremamente comum, e não há nada de errado nisso. Mas, pensando de forma mais aprofundada, deixar tudo para trás no primeiro obstáculo ou simplesmente esquecer das metas também é bem comum.
Pesquisas que comprovam esse pensamento
Um levantamento da Forbes Health mostra que apenas 10% das pessoas continuam persistindo em suas metas ao longo do ano. A maior parte delas acaba desistindo nos três primeiros meses.
Outra pesquisa, desta vez um programa de MBA em Harvard, foi mais longe. Em 1979, os pesquisadores conversaram com estudantes universitários sobre suas metas.
A única pergunta feita foi:
“Você tem metas claras por escrito para o seu futuro e planos para alcança-las?”
As respostas não surpreendem:
3%
13%
84%
tinham metas e planos definidos por escrito;
tinham metas definidas, mas não estavam escritas;
não tinham metas.
Dez anos depois, os pesquisadores voltaram a conversar com essas pessoas para saber quais foram os resultados. Veja:
Quem tinha metas não escritas ganhava 2x mais de quem não tinha nenhuma.
Quem tinha metas por escrito, ganhava 10x mais que o restante.
Onde está o problema?
Interessante, né? Esses resultados estão diretamente relacionados à própria formulação das metas. Além das listas muito grandes – com planos mirabolantes e pouco específicos – deixar de escrever ou nem pensar em metas são a receita perfeita para a desistência.
O que fazer então?
A melhor coisa para quem planeja e quer cumprir cada uma das metas é tirar um tempo maior na hora de definir o que quer para o novo ano, mês ou semana.
Olha só as principais dicas para uma lista de metas perfeita:
- Especifique bem quais são os seus planos, com números e um prazo;
- Defina uma meta maior a longo prazo e várias outras pequenas metas a curto prazo para te ajudar durante o caminho;
- Identifique os recursos necessários para atingir seu objetivo;
- Pegue papel e caneta para anotar sua decisão e deixe em um local visível;
- Crie um plano de ação, uma estratégia, para tirar os planos do papel;
- Aprenda a se adaptar aos imprevistos;
- Acompanhe o andamento das metas regularmente e anote cada pequeno avanço.
Metas e planejamento financeiro
Ok, mas como criar uma lista de metas pode me ajudar no planejamento financeiro?
Bom, o planejamento financeiro nada mais é do que um viabilizador das suas metas. Sem ele, investimentos, abertura de filial, redução de custos e milhares de outros planos não conseguem sair do papel.
Não conhece sua própria empresa? Algo está errado!
Que tal aprender um pouco mais sobre a sua empresa? Depois de definir bem quais são suas metas, chega a hora de começar o planejamento financeiro em si. E é aí que mais erros acontecem. Por exemplo:
Se a sua meta é aumentar o lucro em 10% até dezembro, algumas informações sobre a empresa se fazem necessárias.
- Qual foi o lucro dos últimos 2, 3, 4, 5 ou mais anos? Você tem conseguido aumentar o lucro ano a ano?
- Como foi o aumento mensal no lucro do último ano?
- Você tem conseguido atrair mais clientes e fazer mais vendas?
Lendo assim parece óbvio, né? Mas, na maior parte das vezes, as metas são definidas sem que se conheça o histórico da empresa. Esse é um dos maiores erros no planejamento financeiro, e a solução você já imagina.
Conheça muito bem o terreno onde pisa e qual é o passado da sua empresa. Só assim é possível planejar o seu futuro.
Deixou de acompanhar quanto entra e sai do caixa
Parte importante para te auxiliar na investigação do histórico da sua empresa é saber mais sobre o que entra e sai do seu caixa. O fluxo de caixa é capaz de te mostrar se a empresa está dando lucro ou prejuízo, e deixar de acompanha-lo é também é um erro muito comum.
Muitas vezes, a culpa está no desânimo do empreendedor em prosseguir, no esquecimento ou na sobrecarga de atividades. Seja qual for o seu motivo, é preciso dar um jeito agora mesmo.
Deixar de acompanhar o fluxo de caixa não apenas prejudica o seu planejamento financeiro, como também atrapalha o próprio andamento da sua empresa.
Fluxo de caixa positivo
O saldo do final do mês deve ser maior do que no começo.
Fluxo de caixa negativo
O saldo termina o mês com o mesmo valor ou menos do que no começo.
Em resumo, o fluxo de caixa é saudável quando as despesas podem ser cobertas pelo valor das vendas sem deixar o caixa vazio ou próximo de ficar.
Para te ajudar a solucionar esse problema, você pode optar pela contratação de um responsável pela parte financeira. Muitos novos empreendedores hesitam na hora de fazer isso, mas pode ser exatamente o que estava faltando no seu negócio.
Mas como fazer a gestão do fluxo de caixa corretamente?
Anote tudo, tudo mesmo. Vendas, empréstimos, adiantamentos, dívidas, contas, material de estoque… Todos os valores que entram e saem do seu caixa fazem parte do fluxo. Ah, e não se esqueça de acompanhar os resultados diariamente.
E nada de dizer que anotou na memória ou contar apenas com comprovantes e notas fiscais. Tenha um caderno ou planilha digital específicos para isso (existem softwares ERPs que te ajudam manter o controle do fluxo automaticamente, mas a maioria é paga!).
Falta o capital de giro!
Inevitavelmente, uma empresa precisa investir em si mesma. No início, por exemplo, são necessários equipamentos, a contratação dos primeiros funcionários, mesas, cadeiras…
Já com a empresa em funcionamento, você pode precisar ampliar o local onde ela funciona, fazer manutenção nos equipamentos, contratar mais pessoas e outros.
Tudo isso é um investimento e precisa de dinheiro, – o capital de giro. Ele é o que mantém sua empresa funcionando no intervalo de tempo entre investimento e o retorno do lucro ao caixa.
Vamos supor que, após cinco anos de funcionamento, três computadores da sua empresa começam a apresentar problemas e a melhor solução seja substituir todos. É aí que o capital de giro entra em ação.
Dito isto, você já deve imaginar que deixar sua empresa sem capital de giro também faz parte da lista de erros no planejamento financeiro, né?
Como calcular o capital de giro?
Para descobrir qual é o seu capital de giro, é preciso subtrair os valores de passivo circulante do ativo circulante. Ou seja, ele é a diferença entre os recursos disponíveis em caixa e as despesas/contas a pagar.
EXEMPLOS DE ATIVO CIRCULANTE
- Dinheiro em espécie;
- Saldo em conta bancária;
- Estoque;
- Valores a receber nos próximos 12 meses.
EXEMPLOS DE PASSIVO CIRCULANTE
- Salários a pagar;
- Impostos;
- Despesas como luz, água e internet;
- Aluguel;
- Fornecedores.
Olha o exemplo:
Vamos supor que, atualmente, a conta bancária da sua empresa conta com R$ 7.000,00 e o seu estoque possui o valor de R$ 15.000,00.
Então, o seu ativo circulante é igual a R$ 22.000,00.
Lembrando: consideramos que o estoque será vendido, e assim gerará saldo.
Por outro lado, os salários a pagar levam R$ 4.000,00 desse valor e as despesas totais do mês, incluindo aluguel, são iguais a R$ 5.000,00.
Isso é o seu passivo circulante de R$ 9.000,00.
Portanto, o capital de giro que resta para investimentos dentro da empresa é de R$ 13.000,00.
Inclusive, este é o exemplo de um bom capital de giro, com valores positivos. Caso o resultado seja zero ou um valor negativo, algo precisará ser mudado.
Geralmente a mudança deve acontecer no passivo circulante. Tente diminuir o valor de alguma despesa, reduzir os impostos pagos falando com o seu contador, procurando um local com aluguel mais barato ou tomando outro tipo de iniciativa que faça sentido para você e sua empresa.
Falta de disciplina e organização prejudica você, seus clientes e a empresa
Tudo o que falamos anteriormente pode ser resumido em uma palavra: organização. É impossível construir um negócio de sucesso se você não consegue manter suas finanças e tudo o que as envolve organizadas. Olha só algumas dicas do que fazer para manter a organização na sua empresa:
- Crie categorias de produtos para seu estoque e os organize em caixas ou prateleiras nomeadas;
- Catalogue todos os produtos da empresa em um computador para que o registro de venda fique mais simples;
- Organize o seu computador em pastas;
- Crie um calendário com as datas de pagamento de todas as despesas (tente deixar em débito automático, se possível);
- Contrate um contador para te ajudar.
Para completar, ainda está pagando tributos que vão muito além do necessário
Outro dos muitos erros no planejamento financeiro dos empreendedores é o pagamento de mais impostos do que o necessário. Isso acontece, principalmente, pela falta de um contador e, consequentemente, um planejamento tributário.
Com esta outra forma de planejamento, que está interligada com tudo o que falamos, é possível reduzir a quantidade de impostos pagos de forma totalmente legal. O processo se chama Elisão Fiscal.
Através do recolhimento de informações sobre a sua empresa e da análise de possibilidades a sua empresa pode acabar com a alíquota reduzida em algum imposto. Veja os tipos mais comuns de elisão:
- Escolha do regime tributário;
- Local de abertura da empresa;
- Setor, segmento ou atividade;
- Classificação do produto;
- Decisões contábeis prévias.
No post de hoje falamos sobre os principais erros na hora de fazer o seu planejamento financeiro e como corrigi-los. Elaborar metas, conseguir capital de giro, organizar o fluxo de caixa e reduzir a quantidade dos impostos pagos não serão mais problema, não é mesmo?
Espero que o conteúdo seja útil na sua jornada empreendedora e que, com as dicas, sua empresa voe cada vez mais alto!
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Beatriz Bandolin | Jornalista e Redatora SEO no Blog Euro Contábil
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