Empresas que investem em criptoativos estão no radar do Fisco e precisam de atenção redobrada em 2025

Você é empresário e tem criptoativos no caixa da empresa? Ou talvez faça investimentos pessoais em Bitcoin, Ethereum e outras moedas digitais usando a pessoa jurídica?

Então, atenção: a Receita Federal intensificou a fiscalização sobre criptomoedas, ampliando o monitoramento de depósitos, saques, carteiras digitais e até movimentações via Pix.

Neste artigo, vamos te mostrar como isso impacta as empresas, o que a Receita já está fazendo, e como você pode se proteger com inteligência fiscal e apoio contábil especializado. Tudo com base em fatos que aconteceram agora em 2025.

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    Por que as criptomoedas entraram no radar da Receita Federal?

    Nos últimos anos, o uso de criptomoedas por empresas e investidores cresceu exponencialmente no Brasil — seja como reserva de valor, forma de pagamento ou estratégia de diversificação patrimonial. 

    Com esse movimento, naturalmente, a Receita Federal passou a enxergar o mercado cripto com mais atenção. Essa fiscalização mais pesada visa aumentar a arrecadação para um orçamento já precário e fechar o cerco contra possíveis fraudes, evasão fiscal e omissões de patrimônio. 

    Empresas que investem em cripto precisam cuidar da fiscalização!

    Essa nova postura do Fisco ganhou força em 2025, com a ampliação do cruzamento de dados entre exchanges, instituições financeiras e o próprio governo. Podemos dizer que nossa Receita Federal conta com um dos sistemas mais eficazes de cruzamento de dados de todo o mundo, e, por isso, muitos têm caído na malha fiscal ao ignorarem a saúde contábil de seus investimentos empresariais.

    Empresas que realizam operações com Bitcoin, Ethereum e outros criptoativos, mesmo que em pequenas quantidades, estão na mira da fiscalização. E o recado é claro: quem não estiver em dia com suas obrigações poderá enfrentar multas, bloqueios e até investigações por sonegação. 

    Por isso, empresários precisam entender que investir em criptoativos exige não apenas visão estratégica, mas também compliance fiscal e contabilidade especializada.

    A seguir, citaremos um caso de uma empresa que tem desbravado os investimentos em cripto:

    CRIPTO no Brasil: Caso da Méliuz

    A Méliuz (CASH3), empresa brasileira listada na B3, anunciou recentemente seu plano de aumentar ainda mais seus investimentos em Bitcoin, destinando parte do caixa da companhia à compra da criptomoeda.

    Bitcoins e outras moedas entram na mira da fiscalização

    A estratégia foi apresentada como uma forma de diversificação e proteção patrimonial — um movimento no mínimo ousado. Esse posicionamento levanta uma discussão importante sobre a necessidade de adequação das empresas ao mercado e às estratégias de gestão financeira. 

    Embora seja uma parte do planejamento financeiro visando segurança, no entanto, a visão de quem está de fora não foi positiva: A Atmos Capital, uma das gestoras acionistas, reduziu sua exposição na empresa justamente por considerar que a estratégia trazia riscos excessivos. O episódio reforça como a exposição a ativos digitais pode impactar até a governança corporativa e a relação com investidores, caso não haja transparência fiscal e planejamento contábil sólido.

    Estados Unidos acendem alerta global: fiscalização internacional em alta

    Enquanto algumas empresas investem, governos ao redor do mundo reforçam a regulamentação sobre criptomoedas — e os Estados Unidos são um exemplo claro disso. Matérias recentes revelam que mineradoras de Bitcoin em solo americano estão sofrendo aumento da fiscalização por parte de órgãos reguladores, especialmente aquelas com fornecedores chineses.

    Esse movimento indica uma preocupação crescente com segurança nacional, evasão de capital e dependência tecnológica, fatores que também despertam atenção no Brasil. A atuação norte-americana serve de sinal de alerta para as empresas brasileiras.

    O que é “mineradora” de bitcoin?

    Uma mineradora de Bitcoin é uma empresa (ou indivíduo) que utiliza computadores potentes — chamados de ASICs — para validar e registrar transações na blockchain do Bitcoin. Esse processo é conhecido como mineração, e funciona como o "back-office" da rede: cada vez que alguém envia ou recebe Bitcoin, os mineradores confirmam se a transação é válida e adicionam esse registro ao bloco mais recente da cadeia.

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    Entenda o que mudou: Fiscalização da Receita Federal sobre criptomoedas em 2025

    Nos últimos meses, a Receita Federal intensificou suas ações de fiscalização sobre criptoativos no Brasil, ampliando significativamente sua capacidade de monitorar empresas e empresários que operam com Bitcoin, Ethereum e outros ativos digitais. A movimentação não é isolada: faz parte de um esforço coordenado entre Receita, Banco Central e órgãos internacionais para garantir mais controle sobre um mercado que até pouco tempo operava à margem da regulação formal.

    Mas o que isso quer dizer, de verdade?

    Uma das principais ferramentas legais utilizadas é a Instrução Normativa nº 1.888/2019, que obriga empresas e pessoas físicas a informarem à Receita todas as operações com criptoativos realizadas por meio de exchanges nacionais, estrangeiras ou P2P (transação direta). Em 2025, essa IN passou a ser aplicada com mais rigor, e as multas por não cumprir com os prazos e padrões exigidos variam de R$ 100 a R$ 1.500 por mês, além de sanções adicionais em caso de fraude ou omissão intencional.

    Então, todo investimento deve ser informado à sua contabilidade, constando como parte da vida financeira da sua empresa. Mesmo que tenha sido feito num caráter pessoal, se constar na pessoa jurídica e envolver o seu CNPJ, então deve ser informado!

    Para além disso, a Receita Federal firmou parcerias com exchanges brasileiras e internacionais, que agora são obrigadas a repassar mensalmente informações detalhadas das transações de seus clientes. O Banco Central também entrou no circuito, cruzando dados bancários, movimentações via Pix e declarações de imposto de renda. A cooperação internacional inclui acordos com órgãos como a IRS (Receita dos EUA), ampliando o alcance da fiscalização inclusive para transações realizadas fora do país.

    Na prática, isso significa que não há mais espaço para informalidade ou falta de controle interno quando se trata de criptoativos na empresa. O Fisco tem acesso a informações precisas, rápidas e integradas — e está usando isso ativamente para identificar inconsistências, omissões e possíveis irregularidades.

    Por que tenho que declarar investimentos em cripto?

    Então por que temos que declarar os investimentos, se a Receita já sabe de tudo?

    Além de ser uma obrigação contida na IN 1888/2019, nem todas as exchanges (empresas que gerenciam as criptomoedas) estão sediadas no Brasil, e por isso, nem toda informação chega automaticamente na Receita. O contribuinte também é o responsável direto por declarar suas aquisições e vendas em cripto; dessa forma, o fisco faz o cruzamento das informações e confere se nenhuma das partes está tentando camuflar ganhos (nem você e nem terceiros). 

    O que tenho que fazer se tive lucro?

    Se você vendeu e teve lucro, precisa calcular e pagar imposto mensalmente (DARF), e isso não é feito automaticamente pela corretora. É você quem informa o lucro no IR anual. 

    Um erro comum é deixar esse cálculo para seu contador, sem informá-lo previamente. O contador provavelmente não espera ter de realizar o cálculo do lucro. Então, caso você precise desse cálculo, esteja ciente de que pode ser cobrada uma taxa a mais pelo trabalho, e que enviar as informações com antecedência é imprescindível para que sua declaração não fique com erros.

    Isso vale para a Declaração de Imposto de Renda (DIRPF).

    Quais empresas precisam declarar criptoativos?

    A obrigatoriedade de declarar criptoativos à Receita Federal não se limita a corretoras ou empresas do setor financeiro. Qualquer empresa que possua, compre, venda, doe, receba ou simplesmente mova valores em criptomoedas precisa prestar contas ao Fisco — inclusive holdings, prestadoras de serviços, e até empresas de comércio tradicional que decidiram diversificar parte do caixa com ativos digitais como Bitcoin, Ethereum ou stablecoins.

    De acordo com a IN nº 1.888/2019, empresas são obrigadas a declarar mensalmente todas as operações com criptoativos sempre que:

    1. 1 O valor mensal movimentado ultrapassar R$ 30.000, somando todas as transações;

    2. 2 As operações forem feitas fora de exchanges brasileiras (exchanges internacionais ou P2P);

    3. 3 Atuam como intermediadoras, custodiem criptoativos de terceiros ou emitam tokens.

    Vale destacar que a Receita não considera a posse de criptoativos como neutra, ou seja, mesmo que a empresa apenas “compre e segure”, isso já pode gerar obrigações contábeis e fiscais. Além da declaração específica, é necessário que esses ativos sejam registrados corretamente no balanço patrimonial, respeitando as normas contábeis brasileiras, sob pena de inconsistência ou passivo oculto em caso de fiscalização.

    Para empresas que possuem contas no exterior ou que operam com exchanges internacionais, a atenção deve ser redobrada: a omissão de informações nessas situações pode caracterizar evasão fiscal, com consequências jurídicas mais severas.

    O que a Receita está monitorando nas empresas

    Com o avanço tecnológico e a consolidação das criptomoedas como instrumento financeiro legítimo, a Receita Federal passou a adotar ferramentas mais sofisticadas de cruzamento de dados e monitoramento em tempo real. Em 2025, o foco está claro: acompanhar de perto todas as movimentações empresariais envolvendo criptoativos, especialmente aquelas que ocorrem fora do sistema bancário tradicional.

    Veja o que já está sendo monitorado:

    1. 1 Depósitos e saques em exchanges

      Empresas que realizam movimentações financeiras com corretoras de criptomoedas — seja para compra, venda ou simples transferência — estão sendo rastreadas por meio de parcerias firmadas entre a Receita Federal e as principais exchanges nacionais e internacionais. Informações como valores, frequência, origem dos recursos e destinatários já fazem parte do escopo de fiscalização.

    2. 2 Transações via Pix ligadas a criptoativos

      Muitas empresas realizam transações relacionadas a criptomoedas via Pix, seja pagando fornecedores de tokens, fazendo aportes P2P ou recebendo de clientes. O que poucos sabem é que essas transferências já são integradas ao sistema de monitoramento da Receita, e qualquer movimentação atípica pode ser sinalizada como suspeita.

    3. 3 Importação e movimentação de carteiras físicas (hard wallets)

      Casos recentes mostraram que a Receita vem apreendendo dispositivos como Ledger e Trezor em aeroportos, inclusive de pessoas jurídicas. A justificativa é simples: se esses equipamentos armazenam valores não declarados, podem configurar tentativa de ocultação patrimonial.

      Confira as principais matérias sobre isso: Receita Federal apreende mineradora via satelite no Aeroporto de Foz do Iguaçu

    4. 4 Diferenças entre contabilidade e declaração fiscal

      A Receita também vem cruzando informações do Imposto de Renda com balanços contábeis, informes bancários e dados de exchanges, buscando inconsistências — como criptoativos informados no IR mas ausentes no ativo da empresa, ou movimentações sem contrapartida contábil.

    Diante desse cenário, fica evidente que a Receita já tem os dados — o que ela espera é que sua empresa esteja em conformidade. O erro mais comum é supor que, por não haver regulação específica para todas as criptos, não há obrigatoriedade fiscal. Isso é um mito perigoso que pode custar caro ao empresário.

    Riscos reais para empresas que não se adaptarem à nova fiscalização

    Empresas que operam com criptoativos e não mantêm uma estrutura contábil e fiscal alinhada com as exigências da Receita Federal estão correndo sérios riscos. A fiscalização já está ativa, e as penalidades vão muito além de simples advertências — podem comprometer a saúde financeira do negócio e até a reputação da empresa no mercado.

    1. 1 Multas e penalidades administrativas

      A não entrega das declarações obrigatórias previstas pela IN nº 1.888/2019 pode gerar multas de R$ 500 a R$ 1.500 por mês, dependendo do porte da empresa. Em casos de omissão ou informação incorreta, as multas podem ser ainda maiores, com valores percentuais sobre o volume movimentado.

    2. 2 Risco de autuações por sonegação fiscal

      Se a Receita identificar omissão de patrimônio ou tentativas de ocultação de transações com criptoativos, a empresa pode ser enquadrada em crime de sonegação fiscal. As consequências vão de ações administrativas a processos judiciais, bloqueio de bens e responsabilização dos sócios.

    1. 3 Passivos ocultos e inconsistências no balanço

      Empresas que não registram corretamente os criptoativos em seus demonstrativos contábeis podem estar criando passivos ocultos, que serão descobertos em auditorias, fiscalizações ou até durante processos de venda, fusão ou captação de investimentos. Isso afeta diretamente a confiabilidade das demonstrações financeiras.

    2. 4 Bloqueio de contas e problemas bancários

      Com o aumento do monitoramento, instituições financeiras também estão sendo mais rígidas com clientes PJ que operam com criptomoedas. Movimentações suspeitas ou incompatíveis com a realidade fiscal da empresa podem resultar no bloqueio de contas e restrições operacionais.

    Como manter sua empresa em conformidade com a Receita Federal

    Manter sua empresa em dia com a Receita Federal no que diz respeito a criptoativos não precisa ser complicado — mas exige atenção aos detalhes e suporte especializado. A fiscalização é real, está em expansão, e ignorar essa realidade é arriscar-se juridicamente e financeiramente. Por outro lado, quem adota boas práticas contábeis e fiscais pode operar com segurança, credibilidade e até vantagens competitivas.

    Veja os principais passos para manter a conformidade:

    1. 1 Classifique corretamente os criptoativos no balanço

      Criptomoedas não são tratadas como moeda corrente pela legislação contábil brasileira. Em geral, devem ser classificadas como ativos intangíveis ou ativos financeiros, dependendo do uso e objetivo. O tratamento contábil correto influencia diretamente a apuração de impostos e o cumprimento das normas do CFC (Conselho Federal de Contabilidade).

    2. 2 Declare todas as operações conforme a IN nº 1.888/2019

      Se sua empresa movimentou mais de R$ 30 mil em criptoativos no mês, ou utilizou exchanges internacionais, precisa informar isso à Receita por meio da declaração mensal de operações com criptoativos (IN 1.888). O não envio pode gerar multas e elevar o risco de autuação fiscal.

    3. 3 Mantenha documentação e registros organizados

      Tenha um controle interno preciso de todas as movimentações com criptoativos: datas, valores em reais, destino, origem, tipo de ativo, plataforma utilizada e finalidade (investimento, pagamento, recebimento etc.). Essa organização facilita a prestação de contas e reduz o risco de inconsistência em caso de auditoria ou malha fina.

    4. 4 Realize auditorias internas periódicas

      Empresas que operam com cripto devem incluir essas transações em suas auditorias contábeis regulares, especialmente se têm estrutura societária complexa ou operação internacional. Isso garante que não existam falhas, omissões ou exposição fiscal desnecessária.

    5. 5 Conte com uma contabilidade estratégica

      Esse é o ponto mais importante: a legislação tributária sobre criptomoedas ainda está em evolução, e ter ao seu lado uma contabilidade que entende do assunto faz toda a diferença. A assessoria especializada garante não só o cumprimento das obrigações, mas também a possibilidade de otimizar impostos e fortalecer a governança do seu negócio.

    Como a Euro Contábil pode ajudar sua empresa a investir em cripto com segurança

    Em um cenário onde a Receita Federal avança cada vez mais sobre as operações com criptomoedas, ter uma contabilidade comum não é mais suficiente. Empresas que investem em criptoativos precisam de um parceiro estratégico — alguém que compreenda tanto a complexidade da legislação fiscal quanto as particularidades do mercado digital.

    Cripto é futuro, mas precisa de controle e contabilidade

    A Euro Contábil é uma das poucas contabilidades no Brasil com expertise comprovada em criptoativos voltada ao público empresarial. Atuamos ao lado de empresários que investem com CNPJ, fazem movimentações em exchanges internacionais ou utilizam cripto como parte de sua estratégia patrimonial. Combinamos conhecimento técnico em normas contábeis com domínio das regras da Receita Federal, garantindo total conformidade e blindagem fiscal.

    Veja como podemos apoiar sua empresa:

    • 📊 Classificação correta dos ativos digitais no seu balanço patrimonial

    • 🧾 Elaboração e envio da IN 1.888/2019 com zero risco de penalidades

    • 🔎 Auditorias internas para mapear riscos ocultos e inconsistências

    • 🧠 Consultoria estratégica para usar cripto com segurança tributária

    • 📥 Organização de documentos e relatórios para total transparência

    Tudo isso com acompanhamento próximo e linguagem acessível, como já é marca registrada do nosso trabalho com empresas de todo o Brasil.

    Neste artigo, falamos sobre como a Receita Federal intensificou a fiscalização sobre criptomoedas em 2025 e o impacto direto disso para empresas que operam ou investem em ativos digitais. Apresentamos os principais pontos de atenção: as exigências da IN 1.888/2019, o monitoramento de transações via Pix.

    Mostramos também os riscos que os empresários correm ao ignorar essas obrigações — como multas, passivos ocultos e sanções fiscais — e como é possível evitar tudo isso com uma contabilidade estratégica. Se sua empresa está envolvida com criptoativos, agora é a hora de agir com responsabilidade e visão.

    Redação Euro Contábil
    Mellyne Saboia | Jornalista e Webdesigner