O Copom anunciou na quarta-feira (03) o aumento de 0,5% da taxa Selic, como medida necessária para conter o processo inflacionário do país – essa mudança vai alcançar o mercado imobiliário?
Segundo a ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), esse cenário não é desfavorável para o mercado imobiliário residencial – que inclusive se manteve estável no 2º trimestre de 2022.
Mas o que a taxa Selic influencia no mercado imobiliário como um todo?
O que é taxa Selic
Selic é a taxa básica de juros na economia de todo o país. Segundo o Banco Central, ela é um instrumento usado para controlar a inflação. Deste modo, a taxa Selic influencia todas as demais taxas de juros, e por isso é muito importante.
Afinal, sua influência se estende pelas taxas de juros em financiamentos, empréstimos e aplicações financeiras.
Como a taxa Selic influencia o mercado?
O impacto das alterações da Selic atinge primeiro os bancos e a captação de títulos investidos. Abaixar a taxa diminui os juros cobrados por bancos em empréstimos. Inversamente, aumentar a taxa também aumenta os juros sobre empréstimos.
Quando a taxa sobe, automaticamente os preços gerais de qualquer produto/serviço também sobem, e isso desestimula o consumo – regulando a inflação. Quando a taxa cai, os empréstimos e juros sobre cartão de crédito caem, e o poder de compra aumenta.
O mercado imobiliário e os financiamentos
Quando conversamos com qualquer pessoa que tem o sonho de conquistar a “casa própria”, iremos ouvir a palavra financiamento – com toda a certeza. O financiamento de um imóvel já é de praxe no planejamento financeiro do brasileiro. Por isso, para tomar as decisões corretas, é preciso observar o setor financeiro tanto quanto o imobiliário.
Por causa das taxas sobre financiamento que são influenciadas pela taxa básica de juros (Selic), a melhor forma de se organizar é estar a par da alta ou da baixa da Selic.
13,25% ou 13,75% faz alguma diferença?
De acordo com o pronunciamento do presidente da ABRAINC, Luiz França, o aumento da taxa Selic não afetará o mercado imobiliário. Aliás, para França, o setor imobiliário continua como um “protagonista” para a recuperação da economia brasileira. Outro dado importante que vale ressaltar na apuração da ABRAINC é que “Enquanto a Selic subiu 10% de junho/2021 a junho/2022, as taxas médias de financiamento habitacional subiram apenas 2%”.
A Revista Grandes Construções considera que o mercado vê com cautela a alta na taxa Selic, embora constate através do presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis do Rio de Janeiro, Marcelo Moura, que “os bancos não têm acompanhado a taxa de juros na questão dos financiamentos”. Consequentemente, essa mudança não afeta tanto o mercado imobiliário.
Os brasileiros não temem a taxa
Ademais, a taxa básica de juros tem o histórico de frequentemente estar acima dos 2 dígitos, algo que não afetou o ânimo dos brasileiros em relação aos investimentos imobiliários.
Culturalmente, vemos um imóvel como uma segurança, uma forma de proteger seu patrimônio de qualquer mudança econômica que possa acontecer. Assim, as altas e baixas da taxa Selic realmente influenciam em toda a cadeia envolvendo o mercado imobiliário, desde seus fornecedores à prestadores de serviço.
Entretanto, isso não nos desanima – faça chuva, ou faça sol, a gente ainda quer o nosso lugarzinho à sombra!
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